7.1.09

Destino: Sur-do

«O céu e a terra passarão, mas as minhas palavras não passarão»
Mateus 24, 29-35

As palavras não são filhas do tempo, senão da eternidade. Nenhuma palavra passa, pois nenhuma palavra se pode limitar jamais ao tempo, e assim à sua passagem.
A Palavra é a essência da Vida, o Silêncio revelado, na sua Imensidade.

Todos somos Um, porque todos Somos Silêncio.

É a Palavra que liga o Homem à sua Infinitude, ao nascer Ela do Silêncio sem nunca deixar de o Ser. (Daí se não ver nem ter corpo.)

Assim sendo, de modo real:

As palavras são silêncio.

Pois só há Uma realidade, a que é vista e sentida pelo corpo inconsciente, silente.
O silêncio não é apenas o que acontece entre as palavras (ou os sons), é o que as (os) é, sempre.
Só existem sons do silêncio.

«O Portugal que se levanta
Do fundo surdo do Destino (...)»
Fernando Pessoa, V Império

1 comentário:

Paulo Feitais disse...

E o eco do silêncio? é melhor do que o silêncio de Eco, ai de quem se apaixona por Narciso, o próprio Narciso... Ficou sem Eco! Mas não se silenciou, mesmo calado...
Bem...

beijo!