20.7.09

consolação


Para quê chorar

O que passa

No centro da graça

Não há desgraça

Não há derrota

Para quê perder

Da razão o sentido

Da alegria a sem razão

Os temporais não passam

Se não nos arrastarem com o vento

Se não nos precipitarmos na chuva

No centro da praça

De lugar nenhum

Não há graça

Não há vitória

Nem vergonha nem glória

Só o paraíso sem ser sonhado

Só o sorriso desfraldado

Daqui para a lua

No meio da rua

Tudo se confunde

Tudo se descompassa

No centro da graça

No impossível da praça

Na razão deitada ao chão

Passa o que passa

No amplo do coração

Expulso do mundo

Coroação do amor

Roda da fortuna

Perdição do mais fundo

Sem comentários: