Naquele tempo era o Kaos
E as palavras do poema não irrompiam já como palmeiras
Por isso abandonou a cidade - o país natal
País perdendo dia a dia o seu rosto:
A pintura a cair das paredes - cães
Farejando o lixo -
Brutais os gestos - obscenas as palavras
cada coisa a beleza destroçada
Por isso se evadiu e para Oriente
Navegou e de noite e lentamente
E um novo dia se abriu em sua frente
E era um país de tigres e palmeiras
Como em longínquo cismar adolescente
Sophia de Mello Breyner Andresen, Ilhas (1989)
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