30.11.08

MANANCIAL (de Regatos de Ternura)

Mozart (Kochel Verzeichnis), Adágio e fuga em C Menor
A luz era água transmutada.
Partia do seio mais escuro,
do profundo calor dalgum refúgio
e renascia manancial,
unitária presença
desde a dualidade do fauno.
Cálice solitário com fome mineral.
Manancial de seivas puras,
ser, entoar desde a terra
entranhas doces,
regressar do amor com fome,
do íntimo fulgor com saudades
e florescer mordendo o leito
com a língua.
Manancial sereno,
surpresa da Terra circundada.

1 comentário:

Paulo Feitais disse...

Mozart em plenitude e consumação...
e poema em que me revejo e que me toca bem fundo...
Belo!

:)