2.12.08

O tesouro


O tesouro mais precioso, num vaso de barro, sempre em risco de se partir...
O que importa é sermos sinceros, não sermos vasos rachados colados com cera, na vida não fazemos cera, "sine cera".
Daí a importãncia do rosto que sorri e que reflecte as emoções que nos acometem, nossas e dos outros, que são nós a sermos além de nós...
E o amor...
O encontro, a alegria da partilha, a profundeza da entrega. Não tem nada de trágico o amor, não é dilaceração, mas união apesar de tudo.
E o tudo não é o todo e o todo não é tudo.
Amar é sermos o infinito mais um, seja qual for o lado da equação. Somamos sempre mais ao infinito, daí a importância dos gestos infinitésimos.
Mergulhar no infinito não é tornarmo-nos impassíveis, superiormente impassíveis face ao erro do sofrimento alheio. Posto que é nosso sofrimento além de nós a convocar-nos para a entrega e a comunhão.
E partidos somos um derrame de luz a entornar-se pelo universo, esse mar onde as almas são puras mesmo quando a escuridão delas assoma, buracos negros de desejo e insatisfação...
Quando não amamos o universo sofre duma insuficiência cardíaca que urge curar. E quem pode curar a falta de amor? Só quem não se falta. Quem se consuma mesmo no risco da falência e da devastação.

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