O facto de o homem se achar a viver com base nas palavras mostra que ainda não encarnou, verdadeiramente. Posto que encarnar (pelo Amor) num corpo físico mudo, e sobre um corpo físico mudo, a terra, significa viver com base no imprevisível e indeterminado.
P.S.: Desculpem esta enchente, é mais forte do que eu...
Um Grande Abraço.
«Mas o Verbo divino, ao condensar-se
Em pobre corpo humano,
Não encarnou de todo, e nele vive.»
Teixeira de Pascoaes, Cânticos (1925)
9.1.09
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10 comentários:
As "enchentes" servem, por vezes, para fecundar o mundo...
:)
Esse corpo mudo de que falas, é, sem a fala, imundo (o Agostinho...). Incarnar, mundificando, é um acto de doação, de adoração e de auto-transcensão. Mas só se consuma na comunhão do pleno.
Aceita um aceno!
e uma estrela de luz azul!
:)
Assim como "mundifica", a fala provoca também o seu contrário. O ajuste, o que nos espera.
Beijinho.
(Não sei o que é o corpo mudo sem a fala, pois se não a tem... :P
De acordo, o futuro é de novo essa comunhão plena.)
E talvez tenha sido por isso que a Natureza criou a fala. Não para se tornar Natureza que fala, mas para se melhor admirar o corpo mudo...
(ou para mais plenamente se viver como corpo mudo...
Ai esta Lua Cheia, que me não dá sossego) :))
(E com esta volto a Pascoaes.)
O que achas, Paulo?
A complexidade do ser humano não tem que ser tão complexa e tão muda.
Abraço
Isabel
Talvez sim, talvez não.
É como nós quisermos que seja...
Pascoaes, Anita...
É nele que eu mergulho quando quero libertar-me do corpo denso das palavras que se me tornaram demasiado habituais.
E a Lua cheia! :)
Estas noites de Inverno e luar fazem-me sentir que o mundo se alarga e se torna cristalino.
:)
beijo...
"demasiado habituais"
É mesmo isso que sinto, parece que banalizámos a nossa alma... e quando isso se passa, o que mais nos restará, senão decair.
***
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