Um qualquer passeio à beira-mar, num desses locais inverosímeis onde ainda há pescadores, os verdadeiros "homens do mar", mostra-nos que há muitos homens "simples" com alma de poeta, muitos místicos de pele cresrada pelo sol e o sal do mar, homens plenos que nunca pisaram o chão enfermiço das universidades e que, sem terem lido uma linha direita, são irmãos de Dante, de Camões, de Homero e de todos os outros gigantes que diariamente são dissecados por anõezinhos febris em busca de alimento para o gigantismo do seu ego. Picos della Mirândola de encher o verbo à parte, é bom mergulhar nesta fotografia escritural. Se por acaso a tiraste para os lados de Alcochete, não viste por lá umas luvas? Há um zézito que parece que perdeu por lá um par de boa qualidade...
Companheiro Paulo, Fão! :) Foz do Cávado! (quer dizer, de um lado, do outro Esposende)
Está boa essa das luvas :) Por coincidência, acredita que a semana passada, data destas fotografias, quem tinha luvas era aqui o amigo das torres, um frio de cortar! E um mar tão grande, um "mar-cão", impossível de descrever... que poder amigo! No estuário, tirando o frio, as águas estavam mais tranquilas. Foi muito proveitoso este passeio, comi na Rita Fangueira "meia" de lampreia, acompanhado por verde tinto do "piorio" - eu bem me esforço, mas vinho só maduro, Portalegre de preferência, ou Douro superior porque não... - e, claro está, em remate final café e... e... um pastelinho da Rita Fangueira :), coisa fraca, um folhadinho simples mas com um creme de ovos genial! Impossível comer só três! :) ehehe (estou a brincar).
No meio de tanta fotografia, de certo perceberás (e o amigo Soantes também) muitas são as que nos escapam pelo meio dos dedos... quero dizer, "é mais uma fotografia"! mas o tempo e a serenidade fazem-nos a célere partida de nos mostrar aquelas imagens que nos contam histórias e que por opção, numa sequência interminável de fotografias, um olhar menos atento as recambiou para uma pasta datada, o que ajuda também para não se esquecerem datas! A memória já me vai pregando algumas partidas, e arrumação e sistemática nunca me fizeram mal, antes pelo contrário, ajudam ao inventário :)
É uma zona muito bonita esta, aconselho vivamente, é Minho! Com todo esse verde interminável e francos pastos entrincheirados à fronteira das aldeias que se sucedem, uma a uma, "ilimitadas" entre colinas onde rudes as mãos do Homem criaram o paraíso à flor da inefável religião de Domingo (é um desabafo). ~
Por outro lado, é uma região ancestral de forte influência Celta e pré-Celta, como é o caso de inúmeros locais de interesse arqueológico, exemplo disso, Vila Chã de Esposende, um lugar sobranceiro ao mar, muito aprazível, e excelente para um pôr-do-sol intemporal,;) Aqui o desafio é desfrutar esse momento ser recorrer à fotografia... (impossível, ainda por cima vindo de mim - ou de nós - impossível mesmo!)
Amigo Paulo, aquele abraço companheiro!
Aos habitantes desta ilha... digam lá se não ficámos bem na fotografia? :) Bem, hoje vou-me dedicar à silvicultura! Estou cá com umas ideias ;)
É Vergílio... Que inveja dessa incursão pelos reinos de Flora. Vivo em Sonho numa comunidade da Ordem dos Mateiros de que falou Antero a Eça: o sonho da plena comunhão com a Natureza... E é esse sonho que me impele para a fotografia, principalmente para as praias, sempre as mesmas e nos dias mais frios, para ver se por lá me encontro com a solidão. E é verdade que há muitos cliques que ficam apenas em esboço. Mas há um fenómeno que me ocorre com frequência: saio de casa ao acaso, sabendo que tenho, algures, uma fotografia à minha espera. E acontece sempre, por vezes de forma "natural", encontro-me com a fotografia e fico descansado. Meto a máquina no saco e regresso a casa. Gosto de fazer umas incursões fotográficas fora aqui do círculo sintrense e o Minho é, de facto, um espaço que me povoa o imaginário. Quem sabe... Um abraço!!!!
Nesta Ilha há um só Rei: o Amor há uma só Lei: a Liberdade
Em realidade não há nela bem nem mal apenas seres recriando uma mesma Ca(u)sa
Nossa Senhora da Conceição
Rainha do Mar - Creio (Música de Ana Moura)
Fundada por Fernando Pessoa, antes de todos os tempos e de todos os lugares. (E depois também.)
A este espaço do tempo em que os limites são ocos apenas chegam os loucos os amantes sem teto sedentos da plena liberdade de Ser em verdade Nada e Tudo O Presente o Passado
Como ondas do mar dançam em mim os pés do teu regresso.
Há muito que deixei aquela praia De grandes areais e grandes vagas Mas sou eu quem na brisa respira E é por mim que espera cintilando a maré vasa.
No mar passa de onda em onda repetido O meu nome fantástico e secreto Que só os anjos do vento reconhecem Quando os encontro e perco de repente.
O mar azul e branco e as luzidias Pedras – O arfado espaço Onde o que está lavado se relava Para o rito do espanto e do começo Onde sou a mim mesma devolvida Em sal espuma e concha regressada À praia inicial da minha vida.
De todos os cantos do mundo Amo com um amor mais forte e mais profundo Aquela praia extasiada e nua onde me uni ao mar, ao vento e à lua.
Casa branca em frente ao mar enorme, Com o teu jardim de areia e flores marinhas E o teu silêncio intacto em quem dorme O milagre das coisas que eram minhas.
Não há fantasmas nem almas, E o mar imenso, solitário e antigo, Parece bater palmas.
Aqui nesta praia onde Não há nenhum vestígio de impureza, Aqui onde há somente Ondas tombando ininterruptamente, Puro espaço e lúcida unidade, Aqui o tempo apaixonadamente Encontra a própria liberdade.
Reino de medusas e água lisa Reino de silêncio luz e pedra Habitação das formas espantosas Coluna de sal e círculo de luz Medida da Balança misteriosa
Vem do mar azul o marinheiro Vem tranquilo ritmado inteiro Perfeito como um deus, Alheio às ruas.
O sol rente ao mar te acordará no intenso azul Subirás devagar como os ressuscitados Terás recuperado o teu selo, a tua sabedoria inicial Emergirás confirmada e reunida Espantada e jovem com as estátuas arcaicas Com os gestos enrolados ainda nas dobras do teu manto Sophia de Mello Breyner Andresen
3 comentários:
Um qualquer passeio à beira-mar, num desses locais inverosímeis onde ainda há pescadores, os verdadeiros "homens do mar", mostra-nos que há muitos homens "simples" com alma de poeta, muitos místicos de pele cresrada pelo sol e o sal do mar, homens plenos que nunca pisaram o chão enfermiço das universidades e que, sem terem lido uma linha direita, são irmãos de Dante, de Camões, de Homero e de todos os outros gigantes que diariamente são dissecados por anõezinhos febris em busca de alimento para o gigantismo do seu ego. Picos della Mirândola de encher o verbo à parte, é bom mergulhar nesta fotografia escritural.
Se por acaso a tiraste para os lados de Alcochete, não viste por lá umas luvas? Há um zézito que parece que perdeu por lá um par de boa qualidade...
grande abraço, Vergílio!
Companheiro Paulo, Fão! :) Foz do Cávado! (quer dizer, de um lado, do outro Esposende)
Está boa essa das luvas :)
Por coincidência, acredita que a semana passada, data destas fotografias, quem tinha luvas era aqui o amigo das torres, um frio de cortar! E um mar tão grande, um "mar-cão", impossível de descrever... que poder amigo!
No estuário, tirando o frio, as águas estavam mais tranquilas. Foi muito proveitoso este passeio, comi na Rita Fangueira "meia" de lampreia, acompanhado por verde tinto do "piorio" - eu bem me esforço, mas vinho só maduro, Portalegre de preferência, ou Douro superior porque não... - e, claro está, em remate final café e... e... um pastelinho da Rita Fangueira :), coisa fraca, um folhadinho simples mas com um creme de ovos genial! Impossível comer só três! :) ehehe (estou a brincar).
No meio de tanta fotografia, de certo perceberás (e o amigo Soantes também) muitas são as que nos escapam pelo meio dos dedos... quero dizer, "é mais uma fotografia"! mas o tempo e a serenidade fazem-nos a célere partida de nos mostrar aquelas imagens que nos contam histórias e que por opção, numa sequência interminável de fotografias, um olhar menos atento as recambiou para uma pasta datada, o que ajuda também para não se esquecerem datas!
A memória já me vai pregando algumas partidas, e arrumação e sistemática nunca me fizeram mal, antes pelo contrário, ajudam ao inventário :)
É uma zona muito bonita esta, aconselho vivamente, é Minho!
Com todo esse verde interminável e francos pastos entrincheirados à fronteira das aldeias que se sucedem, uma a uma, "ilimitadas" entre colinas onde rudes as mãos do Homem criaram o paraíso à flor da inefável religião de Domingo (é um desabafo). ~
Por outro lado, é uma região ancestral de forte influência Celta e pré-Celta, como é o caso de inúmeros locais de interesse arqueológico, exemplo disso, Vila Chã de Esposende, um lugar sobranceiro ao mar, muito aprazível, e excelente para um pôr-do-sol intemporal,;) Aqui o desafio é desfrutar esse momento ser recorrer à fotografia... (impossível, ainda por cima vindo de mim - ou de nós - impossível mesmo!)
Amigo Paulo, aquele abraço companheiro!
Aos habitantes desta ilha... digam lá se não ficámos bem na fotografia? :)
Bem, hoje vou-me dedicar à silvicultura! Estou cá com umas ideias ;)
A todos vós, um excelente domingo soalheiro!
É Vergílio...
Que inveja dessa incursão pelos reinos de Flora. Vivo em Sonho numa comunidade da Ordem dos Mateiros de que falou Antero a Eça: o sonho da plena comunhão com a Natureza... E é esse sonho que me impele para a fotografia, principalmente para as praias, sempre as mesmas e nos dias mais frios, para ver se por lá me encontro com a solidão.
E é verdade que há muitos cliques que ficam apenas em esboço. Mas há um fenómeno que me ocorre com frequência: saio de casa ao acaso, sabendo que tenho, algures, uma fotografia à minha espera. E acontece sempre, por vezes de forma "natural", encontro-me com a fotografia e fico descansado. Meto a máquina no saco e regresso a casa.
Gosto de fazer umas incursões fotográficas fora aqui do círculo sintrense e o Minho é, de facto, um espaço que me povoa o imaginário.
Quem sabe...
Um abraço!!!!
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