11.2.09

Do reinado do instinto ao da máquina pensante

« [no séc. XVIII] (...) O heroísmo acaba; acaba para a acção útil o reinado do instinto, repelido para as esferas tenebrosas do crime. O mundo envaidece-se com a embriaguez do saber; os homens orgulham-se por se verem elevados à condição de máquinas pensantes; suprime-se toda a invenção, abole-se toda a iniciativa, substitui-se o génio a aritmética, à intuição o número, ao indivíduo activo e pensante o elemento chamado colectividade; e atinge-se a pretensão de afirmar dogmaticamente que a piedade e a arte morreram [ou, que é o mesmo, que são coisas à parte da vida], por isso que à miopia moral das gentes cada vez se tornam mais inacessíveis os horizontes longínquos do sentimento e da intuição.»
Oliveira Martins, Camões (1872)

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