26.2.09

Filhos do Fogo - do Amor

«(...) não quero deixar no vosso esquecimento a vinda dos NOVOS AMOROSOS que sairão, num dia próximo, da última estrela deste universo e hão-de aparecer revestidos de plumagem de pássaros numa cratera minúscula aberta numa flor. Quem os vir reparará com espanto nos jogos novos em que eles forçosamente estarão empenhados e nos voos magníficos que farão para além dos montes próximos. Desconhecem o Presente, o Passado e o Futuro porque se conhecem tão intimamente que o tempo não vem e se viesse viria fundido num só movimento de mão ou num leve repousar de cabeça. Filhos do Sol e da Lua nasceram do Fogo e para o Fogo[.] Quando se banham no Mar nas Noites de Lua Cheia é ainda o Fogo que os beija unidos no meio do Mar. E quando passam transparentes a correr entre os Bosques é também o Fogo que os une como liames a arder. Na madrugada transmutam a Natureza e com ela constroem um Novo Sol onde se abrigam e desejam a Nova Natureza do dia seguinte para fazerem um Novo e Magnífico Sol. E assim até se erguerem do leito de nuvens e caminharem pelo seu pé na reconquista dos outros Universos Ignorados. E assim até que a Verdadeira Vida de que nós somos os abortos seja erguida sobre os alicerces de que eles são os portadores esplêndidos!»
António Maria Lisboa, Poesia

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