5.3.09

Cazuza - O Poeta Está Vivo



«Chorar é arder no lume do Purgatório, - uma purificação deslumbradora! Duas sensações irmãs: o deslumbramento e o alívio. É o alívio da criação, o da mãe ao ver pousar, no berço, o filho que trouxera nas entranhas! E o de Rafael ao ver, numa tela, a Madona que se lhe pintara na fantasia. É a mesma treva que se ilumina, e nos mostra esse jardim do Éden encantado em cada deserto, como se cada areia do deserto escondesse uma gota de orvalho, e a sede ardente a fresca fonte.
(...) O riso, que é luz, brilha nas lágrimas; e adquire, no seio daquelas gotas cristalinas, a força explosiva (...).

E há muito sol que nunca amanheceu»
Teixeira de Pascoaes, Ensaios de Exegese Literária e Vária Escrita

Sem comentários: