«Abraço escuro cadeiras desencontradas
a pele do pó nos móveis paralíticos
um bule de chá cheio de nada.
De lamê imaginação cetim vermelho
veste-se a Menina. Uma Princesa à espera.
Do quê? Do herói que mata o dragão.
O dia rema de costas rumo ao passado.
O muro sem cor tem manchas.
S. Jorge cavaleiro cristão dele se destaca
vem de cavalo branco a lança em diagonal
unindo terra e céu
e a ponta encrava no hediondo
(seu gesto é dançarino).
O monstro se contorce em curvas
rente ao chão.
De onde entra a luz no escuro
sem janela aberta?
A Menina desperta.
S. Sebastião e os amigos
Miguel e Jorge conversam:
já derrotaram o mal.
As asas do anjo rebrilham
transfiguradas de luz.
O demônio é um macaquinho
e a lagartixa o dragão.»
Dora Ferreira da Silva, Poesia Reunida
Porque para a Criança é sempre novo...
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