12.3.09

O Manto da Palavra

«O som é casto, não despe a sua túnica de névoa e só os anjos o contemplam.

A carne é água, o sangue é fogo, o esqueleto é pedra. E a alma? Névoa e fumo...

A palavra veste a alma como a carne o esqueleto.»
Teixeira de Pascoaes, O Bailado

A palavra que não encarna, que não é fogo e água, deixa a «alma nua e petrificada». A mesma palavra que haveria de cobrir a sua solidão: de lhe descobrir o sol.

13 comentários:

Paulo Alves disse...

Ameaça ao V Império

A alma se encontra agora ameaçada
Agora sim, devemos cessar do Grego
Feito Cavalo de Troia
Que nos engana e nos conduz
Para bem mais perto do abismo
Para que daí já não possamos
Ser resgatados...

Unknown disse...

Quanto mais se antevê a 'grande queda', mais os espíritos podem tender a abrir-se ao resgate.

Mas, de onde virá o resgate?
(Real)

Paulo Alves disse...

Talvez já tenha vindo:

Cesse tudo o que a musa antiga canta,
Dai-me agora um som alto e sublimado,
Que se espalhe e se cante no Universo,
Vós, ó novo temor da maura lança,
Na qual vos deu por armas e deixou
Vós, que esperamos jugo e vitupério
De amor dos pátrios feitos valorosos
Ouvi: vereis o nome engrandecido

Luís de Camões

Os Lusíadas - Canto I,12 (decifrado)

10.ª Estrofe

Paulo Alves disse...

Talvez já exista quem resgate e cumpra o que falta cumprir:

Cesse tudo o que a musa antiga canta,
Dai-me agora um som alto e sublimado,
Que se espalhe e se cante no Universo,
Vós, ó novo temor da maura lança,
Na qual vos deu por armas e deixou
Vós, que esperamos jugo e vitupério
De amor dos pátrios feitos valorosos
Ouvi: vereis o nome engrandecido

Luís de Camões

Canto I,12 Decifrado -
Tom Proféctico

10.ª Estrofe

Unknown disse...

Talvez, só que Vasco da Gama não chegou sozinho à Índia...

O Destino traçado, traçar-se-á a seu tempo.

Paulo Alves disse...

Veja: as estrofes estão diferentes da versão oficial

Será este, se quisermos, o "Código de Camões"

É claro que uma Aventura nunca se faz no singular.

Da versão assim escrita retiramos a mensagem mais verdadeira que nos dá ao conhecimento o camuflado por V Séculos e nos ensina isso mesmo «traçar-se-á a seu tempo» ou está agora a ser traçado, ou seja: «O passado está presente e o futuro é permanente»

Leia a seguir as 12.ª, 13.ª e 14.ª estrofes e delas retire o significado que conseguir!


Se ser do mundo Rei, se de tal gente.
Ponde no chão: vereis um novo exemplo
Que ainda bebe o licor do santo Rio
Vos amostra a vitória já passada,
Para do mundo a Deus dar parte grande.
Gente vossa, que a Marte tanto ajuda;
Que não tenham inveja às de Hipocrene.
A quem Neptuno e Marte obedeceram.


Se a tanto me ajudar o engenho e arte.
Albuquerque terríbil, Castro Forte,
O quarto e quinto Afonsos e o terceiro.
Dou-vos também aquele ilustre Gama,
E Orlando, inda que fora verdadeiro.
E julgareis qual é mais excelente,
Do Turco Oriental e do gentio
Em versos divulgado numerosos.


As que Ele para Si na Cruz tomou;
Dada ao mundo por Deus, que todo o mande,
Se tão sublime preço cabe em verso.
Por que de vossas águas Febo ordene
Que outro valor mais alto se alevanta.
Cantando espalharei por toda a parte,
Novo Reino, que tanto sublimaram;
E entre gente remota edificaram

Unknown disse...

Suponho não conseguir muito, mas vou estudar mais a fundo... cada verso (estes dias).

Entretanto, Paulo, continue por aqui, se for isso que tiver a fazer.

Um abraço.

Paulo Alves disse...

Então estude Ana, mas não se deixe guiar apenas pelos significados que estudiosos sobre o assunto lhe
atribuiram. Use também - e sobretudo - a sua imaginação mais simples e na simbiose que obtiver concretizará saber!

Retribuo: Um abraço

Unknown disse...

Paulo,

esse sistema de decifração foi por si criado?

Paulo Alves disse...

Ana ou Anita, se preferir, desculpe só responder nesta altura, mas também só agora li a sua mensagem.

O método de decifração não foi criado por mim nem por ninguém!

Um dia, não sei porque razão, senti que devia desdobrar os versos do Canto em causa. Foi como uma intuição repentina vinda não sei explicar de onde. E nem imagina qual foi o meu próprio espanto e a euforia sentida quando me apercebi do nexo e do sentido que esses mesmos versos adquirem quando dispostos dessa maneira.

Agora decifrar a mensagem contida no Canto assim escrito, torna-se fácil para mim próprio, o que creio que para outra pessoa qualquer, embora possa chegar a algumas conclusões, já será um pouco mais difícil.

Todavia, sei que tem muito de proféctico, para além de nos dizer a verdade sobre algo que já era passado muito longinquo ao tempo em que o Poeta escreveu tais palavras! E que continua a ser verdade nos nossos dias! Porém, aviso-a de que poderemos, eventualmente, estar a tratar ou a mexer com algo de muito perigoso ou, pelo menos, muito polémico!

Unknown disse...

O perigo de matar a morte - pelo Amor?

Que outro não vale a pena correr.

;)

Paulo Alves disse...

A morte sempre foi morta pelo Amor – Porque é o Amor o garante do oposto ao efémero que somos individualmente.
A eternidade garantida e ao alcance dos sentidos sabemo-la apenas porque a humanidade tem bastantes probabilidades de se eternizar enquanto um todo; porque é o próprio Amor, o Amor pelo próximo, que assegura e devia ser o único meio de assegurar a infinita continuidade da espécie.
Mas o Amor não é perigo nem mesmo para a morte (esta é a minha opinião), pese embora, no ponto de vista apontado, possa ser o próprio aniquilar da morte.

Porém eu falo de perigo. Concretamente de perigo. E discordando da Ana: - há perigos que vale a pena correr! Depende dos fins que pretendemos atingir.
O próprio perigo de vida não pode implicar o abandono de pretender alcançar e difundir o Amor. Porém, há que evitá-lo. De tentar saber e aprender como evitar esse perigo. Mas não desistir. Continuar sempre, sem cobardia, se Essa é A nossa Missão! Continuar, mas continuar sem desatentar à nossa defesa!

Conheço quase nada sobre a Ana, mas já lhe dei a conhecer alguma coisa sobre mim.
Sei que é uma pessoa ainda de pouca idade. Mas inspira-me confiança e temos trocado impressões (poucas) quase sempre por enigmas. Contudo, quer-me parecer, pelo menos pela minha parte, que podíamos ou devíamos trocar ideias ou pontos de vista de uma forma menos pública. Até porque isso equivale a levantar defesa. A tal defesa de que há pouco lhe falava! – Lembra-se?

Unknown disse...

Só um fim há a atingir... a(o)final.

Mas sim, há o mail...