12.6.09

Matrimónio

Uma das maiores infelicidades cometidas pelo homem a si mesmo é ceder o lugar do matrimónio ao património - o trono: só que o nosso lugar é sempre a mãe-terra - do amor.

De que nos valem os monumentos sem o vivo amor entre nós?
Ahh, sim! mil vezes antes o devastador terramoto dos corações apaixonados!
Mil vezes antes viver simplesmente (a)o ar livre de amar!

Caiam! Caiam todos os patrimónios que se perderam irremediavelmente da sua origem: do matrimónio.
Caiam de novo à terra, ao menos. E deixem viver em pé quem pela terra ainda vive!
Quem vive do coração em chamas de eterno amor.

Vivas ao Santo António! Ao Santo Matrimónio!

1 comentário:

Luar Azul disse...

Palavras tão parecidas, terão assim um significado tão diferente? Não será a sede do homem de pertencer e de ter pertenças que o leva a todas estas ilusões (dinheiro, posse, casamento)?

O vácuo só me parece atraente quando é espelho de tudo, e nós, a pouco e pouco, vamos limpando o nosso espelho da sua embaçiada mudez original: a da solidão absoluta (a verdadeira morte - desconexão).

Vácuo 1 - inexistência / desconexão
Pertença - fim da solidão / arrastado pelo caos.
Vácuo 2 - fim da diferença (fusão)

É claro que este fim da diferença, para nós, animais tão limitados, nunca pode ser mental. Pelo contrário, sempre que entramos nos esquemas da mente (como no exemplo deste meu comentário) ficamos quase infinitamente aquém do mundo que sabemos SER mas que não podemos dizer (nem a nós próprios).

Resumindo e concluindo, amantes de corações e amantes de diamantes, a meu ver, não são assim tão diferentes: são viajantes procurando a sua face perdida no infinito esplendor do universo.