31.12.08

ângelo monteiro, o cordeiro

Luz que mantém o Corpo prisioneiro
Unção do sangue do Crucificado
Constelação de chifres e de lavas
Infinito holocausto do Cordeiro.
Lado da luz varado pela Sombra
Amado e recusado amor mortal
Nuvem cobrindo o Cálice sangrante
Ondina branca em pântano infernal.
Giro de sol num céu sacrificado
Urna de fogo que se nega em cinza
Estrada aberta e virgem sem destino.
Inatingível rota dada à carne
Reta da cruz curvada para o abismo
Altar que sangra ultrapassando a vida.

(Ângelo Monteiro é um poeta brasileiro - nordestino de Alagoas e Pernambuco. Este poema foi dedicado a Lucila Nogueira e faz parte da 'seleção poética' intitulada Todas as coisas têm língua)

2 comentários:

Unknown disse...

Ó Soantes, este poema é mais-do-que-grande.
Se serão as palavras flocos de nuvens, estas serão então nuvens abraçando em si 'um' sol luminoso.

Um Abraço Sentido.

Paulo Feitais disse...

Um poema com tudo o que nele vê a Anita. O que é muito. Muito demasiado...

abraço!

Um 2009 com imensidão suficiente para ficar muito mais do que a saciedade necessitar.