como pudeste engolir o sol de olhos acesos de alma enfunada e confundida com a madrugada dança oclusa seres um girassol deixares-me no reverso da continuação desejoso de tudo e de nada sem Graça ou remissão?
O lavatório leva tempo a vazar... mas parece que alguém já usou o desentupidor... pelo menos nunca esvaziou tão rápido como agora... (Bom, e se calhar a foto não é um lavatório, não sei, mas é o que me parece ao primeiro olhar)
A foto é do interior duma garrafa de plástico e foi tirada contra o sol. A garrafa foi, depois colocada no coisão correspondente para ser reciclada, o sol é que lá seguiu o seu curso. Talvez algum engenheiro (ou qualquer outro tipo de trapaceiro) invente um dia um solão. Mas talvez a sol-idão seja uma espécie de reciclagem do sol. Um sardão pode recilar sardas? E um anitão? E no então o que se recliclará? O Ser do Ente? E no coração? A cor dos dias? beijão(pois...)
Nesta Ilha há um só Rei: o Amor há uma só Lei: a Liberdade
Em realidade não há nela bem nem mal apenas seres recriando uma mesma Ca(u)sa
Nossa Senhora da Conceição
Rainha do Mar - Creio (Música de Ana Moura)
Fundada por Fernando Pessoa, antes de todos os tempos e de todos os lugares. (E depois também.)
A este espaço do tempo em que os limites são ocos apenas chegam os loucos os amantes sem teto sedentos da plena liberdade de Ser em verdade Nada e Tudo O Presente o Passado
Como ondas do mar dançam em mim os pés do teu regresso.
Há muito que deixei aquela praia De grandes areais e grandes vagas Mas sou eu quem na brisa respira E é por mim que espera cintilando a maré vasa.
No mar passa de onda em onda repetido O meu nome fantástico e secreto Que só os anjos do vento reconhecem Quando os encontro e perco de repente.
O mar azul e branco e as luzidias Pedras – O arfado espaço Onde o que está lavado se relava Para o rito do espanto e do começo Onde sou a mim mesma devolvida Em sal espuma e concha regressada À praia inicial da minha vida.
De todos os cantos do mundo Amo com um amor mais forte e mais profundo Aquela praia extasiada e nua onde me uni ao mar, ao vento e à lua.
Casa branca em frente ao mar enorme, Com o teu jardim de areia e flores marinhas E o teu silêncio intacto em quem dorme O milagre das coisas que eram minhas.
Não há fantasmas nem almas, E o mar imenso, solitário e antigo, Parece bater palmas.
Aqui nesta praia onde Não há nenhum vestígio de impureza, Aqui onde há somente Ondas tombando ininterruptamente, Puro espaço e lúcida unidade, Aqui o tempo apaixonadamente Encontra a própria liberdade.
Reino de medusas e água lisa Reino de silêncio luz e pedra Habitação das formas espantosas Coluna de sal e círculo de luz Medida da Balança misteriosa
Vem do mar azul o marinheiro Vem tranquilo ritmado inteiro Perfeito como um deus, Alheio às ruas.
O sol rente ao mar te acordará no intenso azul Subirás devagar como os ressuscitados Terás recuperado o teu selo, a tua sabedoria inicial Emergirás confirmada e reunida Espantada e jovem com as estátuas arcaicas Com os gestos enrolados ainda nas dobras do teu manto Sophia de Mello Breyner Andresen
4 comentários:
Quem foi o guloso?? :P
Ah raça do "Ainda"!...
O lavatório leva tempo a vazar...
mas parece que alguém já usou o desentupidor... pelo menos nunca esvaziou tão rápido como agora... (Bom, e se calhar a foto não é um lavatório, não sei, mas é o que me parece ao primeiro olhar)
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A foto é do interior duma garrafa de plástico e foi tirada contra o sol. A garrafa foi, depois colocada no coisão correspondente para ser reciclada, o sol é que lá seguiu o seu curso. Talvez algum engenheiro (ou qualquer outro tipo de trapaceiro) invente um dia um solão. Mas talvez a sol-idão seja uma espécie de reciclagem do sol. Um sardão pode recilar sardas? E um anitão? E no então o que se recliclará? O Ser do Ente? E no coração? A cor dos dias?
beijão(pois...)
Epah não sei... mas eu nem precisava de um (p)ilhão... bastar-me-ia uma (p)ilha. (Duracell, pois então!)
Beijinha. (porque não.)
(qualquer lógica aqui encontrada é mero engano - meu.)
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