8.2.09

nunca



as margens do nunca
têm avessos de espera nos assomos das águas
negras vertigens secretos anseios
do fundo emergem e colapsam sem remorsos
o melhor é mergulhar
e no frio da inquietações despidas de pranto
liquefazer a alma e deixá-la espalhar-se
oceânica parturiente
naufragada

4 comentários:

Bebedores do Gondufo disse...

Gostei do blog.
Portugal
http://abebedorespgondufo.blogs.sapo.pt/

rmf disse...

Tudo!

abraço Paulo.

Semente disse...

Paulo,

Como Sereia*, "NUNCA" chegaria a estas palavras assim desta forma, ou elas nunca chegariam até mim de modo a juntá-las num mesmo espaço e tempo...
Mas, agora que alguém as juntou, posso dizer que ao lê-las me pareceu ver-me ao espelho.

Julgo que ser Sereia* é isso, é isto.

Obrigada pela partilha destas palavras. Se calhar, "NUNCA" me encontraría tão bem descrita. Mesmo sem saberes e sem ser tua intenção, foi assim que te li :)

fas disse...

Bom poema e mais uma belíssima imagem, entre a fotografia e a pintura digital. Parabéns.