5.1.09

Poetas do Silêncio

Uns, são mudos.
Outros, não são ouvidos.
Alguns, duns, certamente o serão.
Outros, doutros, possivelmente não.

Há os que tudo falam e nada dizem
e há os que tudo dizem e nada falam.
Pelo menos, enquanto vivos.
Porque mortos, tudo falaram, tudo disseram.

Também sou Poeta!
Não Pessoa. Fernando!
Vivo, nem sequer sou esquecido
porque não sou conhecido.

Também sou Pessoa!
Não Fernando. Poeta!
Mas continuo desconhecido.

No entanto, eu escrevo.
porque nas minhas veias escorre o canto
que liberta as lágrimas da minha pena
e sufoca os soluços do meu coração.

Sou um dos poetas do silêncio!

E em sossego,
esmaeço no esquecimento
pleno de conhecimento.

Vicente Ferreira da Silva

4 comentários:

rmf disse...

Sou! Narciso do meu ódio!

Ou não?
Nunca o saberei... nem eu.

Anónimo disse...

Vergilio,

é a primeira vez que não compreendo um comentário seu.

rmf disse...

Vicente, creio que é a primeira vez que falo consigo, daí o salutar abraço que desde já lhe envio! Bem haja Vicente, Saúde!

Talvez por proposta minha, talvez...
Mas por detrás deste poderoso poema que escreveu, sinto, muito por detrás da palavras, por detrás dos silêncios antecedidos de exclamação, a alma, de Almada Negreiros.

Mas talvez seja o meu apreço pela literatura de Almada que me levou a delinear a comparação.
Espero que não tenha sido infeliz, porque ao invés de diminuir engrandece tão somente o poema que mais uma vez acabo de ler. Mais uma vez, movimento.

Garanto-lhe Vicente, este poema tem muito mais velocidade, mas isso é a minha leitura.
Humilde-mente assim o sinto.
Assim o declamaria! Assim acabo de o declamar... Tem uma energia contida e ao mesmo tempo a efusão circular de emanente grito, de braços abertos! Como que, ao alto, gritando para lá do céu! Para lá da minha percepção.

Eu sou, narciso do meu ódio.
Mas não o pratico :)

Um abraço Vicente, destes meus braços!

Vicente Ferreira da Silva disse...

Vergilio,

bem hajas!

P.S - já estive no teu blog "cinza". Parabéns!